Garrincha: O Eterno

Hoje farei uma homenagem ao nosso ídolo, maior jogador de todos os tempos: Garrincha. Postarei aqui frases de personalidades e grandes veículos sobre o Mané:

Para quem ainda não viu, mas para quem viu a maioria, ao menos algumas aqui vocês não devem ter visto.

“Garrincha é um verdadeiro assombro. Não pode ser produto de nenhuma escola de futebol. É um jogador como jamais vi igual.”

(Gavril Katchalin, técnico soviético em 62)

“Eu digo: não há no Brasil, não há no mundo ninguém tão terno, ninguém tão passarinho como o Mané.”

(Nélson Rodrigues, escritor, dramaturgo e jornalista esportivo, sobre Garrincha)

“Se há um deus que regula o futebol, esse deus é sobretudo irônico e farsante, e Garrincha foi um de seus delegados incumbidos de zombar de tudo e de todos, nos estádios.”

(Carlos Drummond de Andrade, escritor)

“Para Mané Garrincha, o espaço de um pequeno guardanapo era um enorme latifúndio.”
(Armando Nogueira, jornalista e escritor)

“De que planeta veio Garrincha?”
(Jornal El Mercurio, do Chile, na Copa de 62)

“Eu fazia o lançamento e tinha vontade de rir. O Mané ia passando e deixando os homens de bunda no chão. Em fila, disciplinadamente.”

(Didi, sobre Garrincha na Copa de 58)

“Ele me deu um baile. Pedi que o contratassem e o pusessem entre os titulares. Eu não queria enfrentá-lo de novo.”

(Nílton Santos, maior lateral-esquerdo da história do Brasil e do Botafogo)

“Eles começaram marcando no mano a mano. Tsarev contra Garrincha. De repente, passaram a amontoar vários outros naquele lado esquerdo do campo. Era hilariante o desmanche que Mané fazia por ali.”

(Nílton Santos, sobre Garrincha na partida contra a Rússia, pela Copa de 58)

“Um Garrincha transcende todos os padrões de julgamento. Estou certo de que o próprio Juízo Final há de sentir-se incompetente para opinar sobre o nosso Mané.”

(Nelson Rodrigues, escritor e jornalista)

“Estávamos em pânico pensando no que Garrincha poderia fazer. Não existia marcador no mundo capaz de neutralizá-lo.”

(Nils Liedholm, meia da Suécia na Copa de 58)

“Em cinqüenta anos de futebol jamais apareceu um jogador como Garrincha.”
(Jornal inglês Daily Mirror)

“Eles eram infernais. Ninguém os conteria. Se você marcasse o Pelé, Garrincha escapava e vice-versa. Se você marcasse os dois, o Vavá entraria e faria o gol. Eles eram endemoniados.”

(Just Fontaine, maior artilheiro em uma única Copa do Mundo, a respeito do time brasileiro da Copa de 58)

“Veja aquele beque do Brasil. Olhe seu uniforme, limpo, parece engomado. Olhe seus cabelos, penteados. Ele é Nílton Santos. Aquela cabeça armazena o que há de melhor em inteligência. Aquelas pernas limpas produzem o melhor estilo do mundo. Ele joga em pé, pleno de classe, como convém aos deuses da bola.”

(Nestor Rossi, indignado com o companheiro, que marcava Garrincha e estava todo sujo de lama)

“Rossi se esqueceu de dizer que eu sempre joguei junto com Garrincha. Contra ele, só no primeiro treino no Botafogo. Pedi que o contratassem. Graças a Deus, fui atendido.”

(Nílton Santos, em resposta a Nestor Rossi).

“Se ele é considerado meio burro, não posso fazer a menor idéia do que, para os brasileiros, é ser inteligente.”


Cronista esportivo de Londres. Revista Placar 1072, de junho de 1992.

“De que planeta viene Garrincha?”


Jornal chileno El Mercúrio. Revista Placar 1072, de junho de 1992.
Alfredo Di Stéfano, um dos cinco mais destacados atacantes que glorificaram o futebol, numa reportagem a uma revista especializada na Espanha, e perguntado qual teria sido melhor – Pelé, Maradona, Puskas, Cruyff ou ele mesmo….

“Don “ Alfredo Di Stéfano não pensou duas vezes e concluiu :

Pelé e Maradona foram geniais, Puskas e Cruyff sensacionais, mas o maior de todos foi o “ homem das pernas tortas – Garrincha. Nunca vi ninguém fazer com uma bola o que ele fazia”…

Gabriel Hanot, considerado o maior jornalista esportivo da história do futebol europeu, numa entrevista à L´ Equipe :

“ Não há comparações possíveis. Pelé fazia coisas que um ser humano faz. Garrincha certamente veio de outro planeta… Jamais houve e certamente jamais haverá um outro Garrincha”…

E para terminar Nestor Rossi, extraordinário meio campista da seleção argentina na década de 60 :

“ Vicente da seleção portuguesa, Trapattoni, da italiana, Delacha da esquadra argentina, foram capazes de marcar Pelé. Nunca vi nenhum jogador capaz de marcar Garrincha”…

HISTÓRIAS:

Garrincha, em excursão na América latina, deu um ‘baile’ em Gambetta, o grande lateral argentino conhecido como ‘El Campin’. Numa disputa de bola junto à linha lateral, Garrincha driblou seguidamente Gambetta.

Este caía, levantava-se e caía de novo a cada drible. Seria driblado até morrer, mas não desistiria. Em pleno combate, os dois saíram sem querer pela lateral e os dribles continuaram no relvado ao lado do campo. O juiz e o bandeirinha podem ter visto, mas não ousaram interromper a beleza do lance. A jogada só foi paralisada pelo apito do juiz quando os dois já estavam no asfalto em volta do campo – ali estava a quintessência do futebol.

Garrincha “desrespeita” o Juiz

Numa partida contra o Vasco da Gama, Garrincha iniciou um ataque fulminante, deixando Bellini, Orlando e Coronel para trás e seguiu em flecha para a meta vascaína.

O juiz Amílcar Ferreira tentou acompanhar a jogada, mas Garrincha parou bruscamente, girou e seguiu noutra direcção. O árbitro enrolou-se nas próprias pernas e caiu no relvado, tal e qual um ‘João’, com o público em delírio.

Quando passou por Garrincha na jogada seguinte deu bronca: “Mais respeito comigo. Se me der outro drible destes, te boto pra fora”.

Garrincha criou o Fair play

Garrincha foi o criador do maior lance de fair play do desporto mundial durante o jogo Botafogo x Fluminense de 27 de Março de 1960: Pinheiro foi rebater uma bola e estoirou um músculo; a bola sobrou para Garrincha que invadiu a área e podia fazer o gol, mas viu Pinheiro caído e, tranquilamente, como se fizesse a coisa mais natural do mundo, atirou a bola para fora.

Era um Gandhi do futebol florescendo, subitamente, em meio ao incêndio das paixões de um jogo. Altair, quando foi bater o arremesso, compreendeu que tinha de retribuir. E foi do Botafogo a bola, dando início a uma tradição brasileira, que ganhou o mundo

Isso é “tudo” pessoal…
S.A!

3 Respostas to “Garrincha: O Eterno”

  1. Obrigadão, Leo! Não existe um só momento que a lembrança do Garrincha não me emocione.

    Saudações botafoguenses!

  2. Could be this blog’s best post I have read

  3. Tom Barros Says:

    Fantático, divino, maravilhoso. Inigualável, insuperável. Eu fui feliz, privilegiado. Deus me deu a oportunidade de vê-lo jogar ao vivo.
    Tom Barros (jornalista)

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